domingo, 30 de março de 2008

Tudo e nada


Cadê todo mundoooooooooooo? Tá alto o barulho, sinto pessoas ao redor, mas não as vejo. Grito. E nada. Ouço risos, trovões, músicas, mas vejo somente o nada. É estranho, mesmo com estas sensações estou leve, levemente desesperado, mas estou leve... Sinto como se eu fosse uma palha sendo levada ao vento, que sopra calmamente. Leve... E isso me dá uma ponta de irritação. Sinto o nada. Mas gosto do tudo. Meus amigos, meus amores, sinto-os todos, mas só. E o nada. Que maravilha é sentir o nada! Não sentir, mas ser o nada. E ao mesmo tempo tudo. Simples assim.

As pessoas são o nada e o tudo ao mesmo tempo. Amamos e odiamos numa fração de segundos. Beijamos e arranhamos quem amamos. Somos o tudo e o nada em plenitude. Sinto um cheiro de poeira. De coisa há muito guardada. Depois de muito tempo o baú começa a ser aberto. Segredos empoeirados, amores amarelecidos pelo tempo, cartas desbotadas, poeira... Algumas delas são receitas de como entender o nada, e o tudo. Juras de amor eterno datadas, seguidas de ódio e rancor subseqüentes.

O dia estava estonteantemente azul. Lindo! Tipicamente de verão. As pessoas aparentemente felizes. De repente, o negrume e o peso das nuvens de chuva invadem o céu, cobrindo o seu azul. Novamente o tudo e o nada. Assim como a vida, assim como viver. Tudo e nada, em comunhão absoluta.

Um comentário:

Bruce De Battisti disse...

Quantas vezes já me senti um nada, via um vazio por dentro que não era aceitáveil! A vida é para ser completa de reCHEIOS. Mesmo vazio ou cheio, muito ainda se aprende. Sempre há espaço para mais um grão de areia de conhecimento!